Dificuldades na Linguagem, Fala e Comunicação

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Dificuldades na Linguagem, Fala e Comunicação 2024-03-08T20:23:37+00:00

Dificuldades na Linguagem, Fala e Comunicação

Dificuldade na fala

As dificuldades no desenvolvimento da linguagem são alterações no processo de desenvolvimento da expressão e compreensão de material verbal e/ou escrito que afetam diferentemente a capacidade de interagir com o outro, sendo mais frequente no desenvolvimento da criança.

Na maioria das vezes estas dificuldades são percebidas pelos pais, educadores e pediatras que referem frequentemente que a criança tem dificuldade em falar, é dificilmente compreendida pelos seus parceiros de comunicação, troca frequentemente sons na fala, entre outros.

Desta forma, no desenvolvimento inicial da comunicação e da linguagem, é importante estar atento ao vocabulário; à extensão média dos enunciados (número de palavras utilizadas); complexidade sintática das frases; entoação; articulação de cada um dos fonemas (sons) da língua; às trocas presentes na fala da criança; ao uso da linguagem feita através discurso, intenção e iniciativa comunicativa, bem como a fluência de fala.

Sinais de alerta

0 aos 2 anos:

  • não vocaliza
  • não brinca com os sons
  • não responde à voz humana
  • não responde ao nome (verificar Audição Médico de Família – rastreioauditivo)
  • A criança não aponta para pedir aos 12 meses.
  • A criança não usa nem imita gestos para comunicar.
  • A criança não demonstra intencionalidade comunicativa.
  • A criança não passa dos sons/gestos às primeiras palavras (16-18 meses).
  • A criança não combina 2 palavras, formando frases telegráficas (24 meses).

3 anos

  • Os interlocutores preferenciais não percebem a criança (2-3 anos).
  • A criança usa palavras isoladas ou apenas frases telegráficas, nãoconstruindo frases simples.
  • Vocabulário muito reduzido.
  • Dificuldade em adquirir vocabulário
  • Dificuldade em nomear algo que já faz parte do seu vocabulário ativo.
  • Dificuldade na identificação de objetos, animais e alimentos do seuquotidiano (compreensão).
  • Dificuldade na execução de ordens com um ou dois itens.
  • Dificuldade na compreensão da interrogativa (Quem? Que faz? O quê? Onde?)

4 anos

  • A criança tem uma linguagem incompreensível para os estranhos (3-4 anos).
  • Não há complexificação das frases simples
  • Não aumentam os elementos frásicos
  • Não há construção de frases complexas
  • Discurso é pouco coerente e desorganizado.
  • A criança não faz perguntas.
  • A criança não conta ou não compreende histórias.
  • Dificuldade na discriminação de pares mínimos (ex: mota/bota; pão/mão/cão).

5 anos

  • Erros frequentes na conjugação verbal, incluindo verbos regulares (ex: eles estavem à jogar à bola).
  • Erros de concordância frequentes, em situações regulares e irregulares: sujeito/verbo; género e número.
  • Dificuldade nas tarefas de consciência de sílabas e sons.
  • Erros de articulação persistem.

Intervenção 

Antes de todo o processo de intervenção é necessário realizar uma avaliação pormenorizada de todos os domínios linguísticos e comunicativos da criança. Entendendo que os primeiros anos de vida são cruciais na formação dos seus conhecimentos linguísticos, o diagnóstico e a intervenção precoce também são de extrema importância.

Em crianças de idades mais precoces (até por volta dos 3 anos de idade), o trabalho é maioritariamente de “floortime” utilizando brinquedos adequados à sua idade, são feitas “brincadeiras” divertidas e dinâmicas e jogos lúdicos, sempre com objetivos bem estabelecidos. Em crianças um pouco mais velhas já não é feito tanto trabalho de “chão” mas são igualmente desenvolvidas atividades lúdicas que vão de encontro aos objetivos terapêuticos delineados.

Por forma a dar continuidade ao trabalho realizado em sessão, é igualmente necessário articular com as famílias e com a escola fornecendo estratégias orientadoras para irem colocando em prática envolvendo-os diretamente e integrando-os como fazendo parte do processo de intervenção.